segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Desemprego Estrutural"

Ninguém é insubstituível.
Eis aí o capitalismo pra comprovar o que digo. Não bastasse os menos favorecidos já serem excluídos do sistema pela desigualdade social que esse gera; o tal vilão, aliado à globalização, ainda tira muitos empregos dos pobres coitados em função da mecanização, da tecnologia aplicada às máquinas e serviços industriais. Os desempregados têm de conviver com o fato de que, com o capitalismo regendo o mundo, eles são perfeitamente substituíveis, pra não dizer dispensáveis.
Eu acredito (e é só assistir aos noticiários ou pensar em quantos dos seus vizinhos você realmente conhece) que o egoísmo gerado pela expansão ilimitada do capitalismo transcende o campo industrial ou econômico e chega até às relações pessoais. Isso desencadeia uma série de consequências, dentre elas o esfriamento dos sentimentos. (E isso é profético!) Assim, torna-se fácil substituir as pessoas nos relacionamentos também.
É perfeitamente possível tirar alguém especial da sua vida, é como se fosse um remanejamento, sabe? Uma faxina! Aquele guarda-roupa que há tanto vem pedindo para que você o reorganize. Simples assim. (Tratar as pessoas com tal indiferença é também herança do cruel sistema atual.)

Mas tudo que sai, deixa um espaço em branco no lugar. Preenchê-lo não é tarefa das mais fáceis, principalmente quando se trata de pessoas especiais. Vai de cada um achar um meio para tanto. Mas como a música que diz que devemos deixar um pouco de nós e levar um pouco do outro em todo tipo de contato interpessoal feito, é questionável a validade da influência capitalista nos sentimentos humanos. Afinal, não somos máquinas, não deveríamos ser "pilotáveis". O dispensar dos queridos é pra nos deixar incompletos.


É...Ninguém é insubstituível. Há sempre um pedaço grande de vazio para preencher qualquer espaço que ficou livre depois de alguma tentativa de substituição de alguém especial. Você se dá bem com ele? Adapta-se bem ao vazio? Não é angustiante sentí-lo na sua vida? Então pratique o desapego, meu amigo! Troque o calor do humano pelo vazio do vazio... E seja benvindo ao mundo dos insensíveis. Parabéns! Porque, afinal, você acaba de aderir ao desemprego estrutural e, assim, acaba de se tornar um capitalista nato!!! Mas tudo bem, é sempre mais fácil aderir ao sistema do que correr o risco de ser engolido por ele, não é mesmo?!