Não procuravam o amor um no outro. Não procuravam nada além de obedecer a um desejo incontrolável, a um instinto irresistível que os ligava por puro prazer. Via-se naquele caso uma conexão pré-determinada, ditada por algum impulso forte demais para ser rejeitado, vindo sabe-se lá de onde, vai entender por quê. E era justamente isso que deixava tudo muito mais divertido. Não havia cobranças, não havia delongas. Era aquilo que acontecia no momento e pronto; sem sobras de tempo pra ficar pensando depois, analisando, inventando possíveis futuros para cada frase dita ou calada. Eles eram um casal casual, de fato.
Mas o tempo passou... E ela não deixou de ser mulher - por mais casual que tentasse virar. Como tal, misturou as coisas, começou a imaginar bobeirinhas a dois, esqueceu-se (propositalmente) da sua condição perante ele... Pior do que isso, esqueceu-se da condição dele perante ela: nenhuma.
Ele seguiu com suas aventuras, com sua vida de sempre; e ela não acompanhou. Passou a esperar dele posições que ele não estava disposto a dar; e isso começou a magoá-la.
Inevitavelmente, o casual estava fadado ao fracasso...
Fracassou, de fato.
Você sabe que se apaixonou quando não aceita dividir a pessoa com mais ninguém.