domingo, 27 de fevereiro de 2011

Casualidade frustada

Um não combinava em quase nada com o outro. Ela não era o tipo dele, nem de longe. E ele era praticamente o oposto de tudo aquilo que ela sempre esperou encontrar em um homem. De todo estereótipo que ele havia pintado da sua mulher ideal, ela fugia... e sabia disso. Mas não se incomodavam com esse acaso, não ficavam caçando um no outro as qualidades e características que julgavam necessárias... simplesmente porque não buscavam laços. Desde o começo, estava determinado que seriam um daqueles casais casuais, e adoravam sê-lo.
Não procuravam o amor um no outro. Não procuravam nada além de obedecer a um desejo incontrolável, a um instinto irresistível que os ligava por puro prazer. Via-se naquele caso uma conexão pré-determinada, ditada por algum impulso forte demais para ser rejeitado, vindo sabe-se lá de onde, vai entender por quê. E era justamente isso que deixava tudo muito mais divertido. Não havia cobranças, não havia delongas. Era aquilo que acontecia no momento e pronto; sem sobras de tempo pra ficar pensando depois, analisando, inventando possíveis futuros para cada frase dita ou calada. Eles eram um casal casual, de fato.

Mas o tempo passou... E ela não deixou de ser mulher - por mais casual que tentasse virar. Como tal, misturou as coisas, começou a imaginar bobeirinhas a dois, esqueceu-se (propositalmente) da sua condição perante ele... Pior do que isso, esqueceu-se da condição dele perante ela: nenhuma.
Ele seguiu com suas aventuras, com sua vida de sempre; e ela não acompanhou. Passou a esperar dele posições que ele não estava disposto a dar; e isso começou a magoá-la.

Inevitavelmente, o casual estava fadado ao fracasso...
Fracassou, de fato.


Você sabe que se apaixonou quando não aceita dividir a pessoa com mais ninguém.

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