sábado, 18 de julho de 2009

Um amor para recordar

(esse vai ser grande!)

Quinta eu tive um Dejá Vù. Dos mais saudosos... Tive um revival dos meus 16 anos. E como os meus 16 anos foram um revival dos meus 14, eu dei uma boa passeada por boas fases da minha vida em apenas uma noite. E a nostalgia tomou conta de mim. Foram longos 6 anos... é o fim de um ciclo.


Muita coisa ainda é a mesma (e eu, por conhecer tão bem, posso afirmar que é)... e ao mesmo tempo, tudo mudou.
Ainda é o mesmo tamanho tão peculiar que por vezes me incomodou na hora de escolher qual sapato usar e que me fazia ser capaz de identificá-lo aonde quer que estivéssemos, mesmo de costas, mesmo de longe. Ainda existem aquelas covinhas tão fundas e tão delicadas ao mesmo tempo... o que as torna mais especiais é o momento em que elas aparecem, provacadas por aquele sorriso... Esse mudou. Está mais claro, mais brilhante. É, o tempo fez bem! E lembrando do sorriso, vem a lembrança daquela gargalhada... inconfundível, deliciosa! Foi bom ouvi-la de novo, da mesma forma de antes; só não pelos mesmos motivos. (...) As roupas estão diferentes. Mais arrumadinhas, mais charmosas. O cabelo também. (thank God!) Curtinho, cortado bem baixinho de um jeito que combinou perfeitamente. Mas eu sempre soube disso, sempre soube que aquele corte faria muito bem àquele cabelo , era dessa forma que eu sempre pedia que cortasse, lembra? Mas era outra fase, né? Aliás, outras! Quantas fases aquele cabelo passou e eu acompanhei, cada hora era uma moda nova pra ele... e, numa demonstração tola do desnecessário, eu sempre detestando cada combinação inventada pr' aquele cabelo, como se fosse isso que fizesse a diferença, como se o corte de cabelo (ou a falta do corte) ditasse quem éramos um pro outro ou quem aquele era pra mim. E ele era dos melhores! De tão bom, eu deveria considerar o cabelo, que tanto detestava, como um brinde... porque nem aquilo eu merecia. Eu implicava com as roupas também e implicava com o cavaquinho... Quinta ele não me incomodou, ao contrário...
É o mesmo jeito de tocar: encolhe os ombrinhos vez por outra e faz um gingadinho com o pé que ninguém faz igual... ninguém. E quando inventa de cantar, ergue as sobrancelhas suavemente com um sorrisinho de canto malemolente. E esse é o meu gesto favorito porque é assim que fica possível de ver aqueles olhos azuis. Pra falar a verdade, para mim é sempre possível enxergar aqueles olhos... Mesmo quando existe no rosto aquele sorriso ou aquela gargalhada que fazem os lindos olhos quase sumirem, ainda assim eu consigo enxergá-los, identificá-los, diferenciá-los de quaiquer outros porque são aqueles olhos azuis. É um azul só daquele; não é tão escuro como o oceano e nem tão claro como o céu... é um azul singular. Não há outro azul como o azul daqueles olhos azuis. Eles não mudaram. Ainda bem! Porque de tudo, eles são a minha lembrança preferida. Por vezes cheguei a esquecer o rosto, os braços... mas nunca os olhos. Quando fecho os meus ainda posso vê-los bem vivos... e azuis, azuis daquele jeito.

Tudo mudou. É outro tempo, outras vidas, outra cor da aliança. A motivação, os motivos, as chances... tudo mudou. O sentimento que parecia que não teria fim, a saudade que se sentia mesmo estando há 5 minutos longe, a intimidade... tudo mudou. Agora é custoso fazer sair da boca um mísero "oi", agora é proibido que os olhares se cruzem e quando eles cruzam, o jeito é desviar correndo. Tudo mudou. É embaraçoso estar um na presença do outro, é estranho e sem nexo... Afinal, passou 1 ano e 4 meses desde o último contato. O tempo muda as coisas... e tudo mudou! Ao mesmo tempo que é um tantinho triste pensar assim, é um alívio porque aquele sentimento tinha um poder tão forte em nós que eu morria de medo de ele não passar nunca, de eu nunca parar de querer aqueles olhos azuis pra mim, de você nunca parar de voltar sempre... de ir e voltar sempre, nunca ir de vez. (...)
E agora foi... e não dói que tenha ido, não magoa, não tortura. É bom. É aliviante que não tenha doído, que não tenha voltado. Mas as lembranças daquele (s) tempo (s) vão comigo para sempre porque foram o melhor de mim até agora, é a minha história de amor da adolescência e talvez da juventude. É o meu você. É aquele que está relatado em tantas páginas de tantos diários de tantos anos, aquele que ficou em tantos e-mails, em tantos logs de msn, em tantas contas de celular. É aquele que, mesmo não batendo mais no coração, mesmo não doendo mais, mesmo não fazendo diferença em nossas vidas, é o mais especial e o mais inesquecível de todos.
De tudo, o que mais mudou foi o sentimento. Ele já não existe mais, não da mesma forma. Sim, sempre que o vejo isso mexe comigo e acho que é normal, mas é bem diferente. Esse sentimento precioso é agora uma memória boa e eterna que faz o coração pulsar mais rápido depois de tanto tempo sem notícias ou aparições, mas nada além disso. Uma memória boa e feliz. Algo para se contar para os netos...

Valeu a pena a nostalgia. Valeu a pena ver todos esses aqueles outra vez. Valeu a pena tudo... e tudo mudou. Valeu a pena o revival, o remember e o dejá vù... e constatar que, felizmente, tudo mudou. A aliança é cor amarela agora... tudo mudou. (...)

(...) Exceto por aquela reação ao me ver depois de algum tempo, que ainda é a mesma. Aqueles olhos azuis arregalados, a voz muda por um tempo, a tensão e o rosto estático. Tudo mecânico, ausência de movimentos, muita tensão... Isso não mudou.

Nem para mim!


**Você foi o maior dos meus casos; de todos os abraços, o que eu nunca esqueci. Você foi, dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples pra mim... E é por essas e outras que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez. Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter; só assim sinto você bem perto de mim outra vez... Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade sem nada perder : Você foi Toda a felicidade, você foi a maldade que só me fez bem. Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter; só assim sinto você bem perto de mim outra vez!** - Roberto Carlos

2 comentários:

  1. Num vou falar nada dessa música. ;)
    Gostei e li inteiro rapidinho, devorado.. num sei se pq indiretamente eu me sinto meio parte desse passado, passado que tanto mudou...

    E me prendi mais ainda a partir de "que eu morria de medo de ele não passar nunca". Mergulhei no que vc era, eu sou e essas coisas..

    x)

    Sensível.
    Tocante.

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  2. mari,te envergonhei junto.. td q vc disse eu tomei pra mim e senti tbm.. hehehe saudadezinha estranha d td esse tempo!

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