domingo, 6 de junho de 2010

Ando devagar porque já tive pressa

Já não sei mais ao certo (de fato, nunca soube) dimensionar quanto tempo é necessário para que se possa considerar um sentimento como sendo verdadeiro, daqueles "pra valer".
Uns dizem que é preciso uma vida; outros, que o que importa mesmo é a intensidade do momento e não quanto tempo se passou com a tal pessoa. Tenho amigas que, aos 6 meses de namoro, seguravam-se para dizer o famigerado "eu te amo", por considerar o namoro deveras recente. (Mas não vamos mencionar a palavra amor porque essa é pesada e assustadora demais... né?).

O que pensam eles? Que o relacionamento não aguentaria tamanha declaração? Como é que a partir do sétimo-mês, num passe de mágica, tudo estaria resolvido? E se depois, no oitavo mês, notassem que se enganaram? Não vão voltar atrás porque julgaram ter esperado o momento certo pra consolidar o sentimento? Pobres sexto-mensalistas! Mal sabem eles que o maior campo de erro é o do amor... (ops!)

A verdade é que a gente vive colocando prazos para tudo na vida. "Faço 3 anos de cursinho; 4, não!". "Quero me casar aos 25 anos!". "Sexo, só depois dos 18"... E aí colocamos prazo para validar um sentimento, para fazê-lo real, forte, consistente. E nos esquecemos de que talvez o tempo nem tenha nada a ver com isso... Que, talvez, seja cada um no seu quadrado; uma-coisa-uma-coisa, outra-coisa-outra-coisa.

Filosofias à parte, só sei que o nosso tempo é jovem. Quem sabe, novo até demais, e isso, por ora, traga certa angústia no momento das declarações, porque há um limite a ser respeitado dado a prematuridade do mesmo. Mas, sem perder o fôlego por um instante nesse novo e indefinido amor (desculpem, é inevitável), jovem demais ou não, o tempo está ao nosso lado. Ele é aliado dos recém-nascidos porque esses nada ou muito pouco gastaram dele, não o consumiram erroneamente ainda e nem o insultaram por demorar demais a passar, ou por passar muito rápido. O tempo há que ter mão leve em nosso julgamento, pois acabamos de estrear. Nem índice de ibope temos ainda, apenas os bons e velhos palpites alheios.
E, por assim ser, podemos dizer, com sorte, que temos todo o tempo pela frente!

Não há porque ter pressa.

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